O Diretório Nacional de Endereços (DNE), que é o banco de dados oficial dos Correios, contém mais de um milhão de CEPs cadastrados. Só no ano passado, foram criados e implantados 45 mil novos códigos de endereçamento postal, beneficiando milhões de pessoas com um CEP específico em seu endereço.

Para os Correios, o Código de Endereçamento Postal (CEP) é imprescindível quando se fala em entrega de cartas e encomendas em residências e estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa codificação possibilita a melhoria no tratamento de toda a carga postal, com o uso de equipamentos eletrônicos desde a triagem até a distribuição.

Na falta do CEP ou uso de código incorreto, os objetos postais levam mais tempo para serem separados e entregues, sem falar na possibilidade de algum deles ser entregue em endereço indevido, dada à existência, por exemplo, de mais de uma rua com o mesmo nome em uma mesma cidade. A criação de novos códigos pelos Correios é um trabalho contínuo, considerando que em todo o país há novas regiões habitacionais em desenvolvimento e conglomerados urbanos em expansão.

Como nasce um CEP

A codificação por logradouro é criada nas cidades com mais de 50 mil habitantes. O tempo para se concluir um processo de codificação varia de acordo com as especificidades de cada região. Para implantar novos CEPs e agilizar o acesso do cidadão aos serviços postais básicos, os Correios precisam receber, oficialmente, mapas atualizados, legislação correlata, relação de logradouros, entre outros documentos. O prazo para criação de um novo CEP depende da integralidade do material que é fornecido por prefeituras e órgãos públicos. Munidos de todas as informações necessárias, os Correios podem iniciar os estudos e a implantação dos novos códigos de endereço.

Estrutura do CEP – Imagem: Arquivo/Correios

Agilidade no tratamento e na entrega

Com a codificação mais detalhada, há ganho de tempo na triagem e diminuição considerável de erros de encaminhamentos de cartas e encomendas. Dessa forma, os Correios ampliam sua capacidade produtiva e conseguem otimizar a entrega.

Em São Gonçalo do Amarante, município localizado na região metropolitana de Natal/RN, por exemplo, havia muitas ruas com o mesmo nome no mesmo bairro. Essa situação gerava redirecionamento, devoluções e atrasos. A cidade, quarta mais populosa do Estado, tem 101 mil habitantes. Foram quatro anos de trabalho que resultaram na criação de 1.537 CEPs. “Na parte operacional dos Correios, há um ganho incontestável de tempo e custo, pois parte da carga já chega triada pelas máquinas”, afirma Jailton Santos Flores, da equipe do Diretório Nacional de Endereços no Ceará.

No Setor Habitacional Sol Nascente, em Ceilândia/DF, bairro destacado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pelo acelerado crescimento demográfico em um curto espaço de tempo, os Correios iniciaram os trabalhos de criação de CEPs em 2017. A região tem uma população de mais de 100 mil moradores e está dividida em três grandes trechos. Até o momento, o setor habitacional recebeu mais de 200 CEPs, que correspondem aos logradouros da primeira etapa no trecho 1 da cidade. “A entrega domiciliária será iniciada após a administração da cidade concluir o trabalho de identificação dos logradouros e ruas e a ordenação e numeração das residências. Tão logo venha a regularização urbanística pelo Governo do DF, seguiremos com as demais etapas. A regularização fundiária e urbanística das novas regiões é indispensável para a criação dos CEPs, em atendimento ao normativos postais”, explica Simone Barreto, técnico de Correios da Superintendência de Brasília.

Carteiro José Carlos separando correspondências – Foto: Aline Campos/Correios

A situação é parecida no conjunto habitacional Eduardo Dutra, em Aracaju/SE. A entrega em domicílio por logradouro de cartas e encomendas nos 23 CEPs gerados para o bairro também está dependendo das ações de sinalização local que possibilitam a identificação dos endereços. No conjunto Cleonaldo Araújo, também na capital sergipana, foi possível concluir todo o projeto, desde a criação dos CEPs até a sinalização do espaço urbano por parte da prefeitura. A distribuição domiciliária de correspondências era um anseio antigo dos moradores. Jaqueline Ferreira, moradora do Cleonaldo Araújo, lembra dos tempos em que o localidade não dispunha de código postal. “Quando a gente se mudou para cá, era bem complicado. Tinha que passar o endereço da minha mãe, que mora em outro local, para poder receber os boletos da gente e as encomendas”, recorda Jaqueline.

Até o acesso aos serviços e políticas públicas pode ser facilitado quando se tem um endereço regularizado. É o caso de Danuzia Ruth Santos, que é dona de uma mercearia no conjunto Cleonaldo Araújo. “Minha casa tem numeração e o carteiro passa certinho, de porta em porta. É muito bom receber nossas correspondências. Não tenho do que reclamar e nem imagino nossa vida aqui sem o serviço dos Correios”, diz a comerciante, que também comentou que somente conseguiu efetivar a matrícula de seu filho na escola porque tinha endereço com CEP para apresentar.

Você sabe o seu CEP?

É importante estar atento para o uso correto do CEP. A codificação facilita a localização de endereços e beneficia tanto moradores quanto prestadores de serviços e empresas que realizam postagens aos seus clientes. A atualização dos dados junto aos remetentes é de responsabilidade de cada cidadão. Caso não saiba ou não tenha certeza do CEP de sua residência, consulte na página dos Correios.