Reconhecido como um dos mais belos e expressivos símbolos arquitetônicos da capital paulista, o Prédio Histórico dos Correios, batizado originalmente “Palácio dos Correios”, completa nesta quarta-feira, em 20 de outubro de 2022, exatos 100 anos.

Ao ser inaugurado em 20 de outubro de 1922, havia uma grande expectativa por parte do público, que já se avolumava em frente à sua fachada e laterais horas antes de a obra ser oficialmente entregue pelo presidente da República à época, Epitácio Pessoa (1865-1942).

Estima-se em cerca de três centenas o número de pessoas presentes à inauguração, entre autoridades, populares, funcionários dos serviços postais e dos Telégrafos e trabalhadores que, às vésperas e ainda na manhã daquele dia, corriam para dar os últimos retoques ao portentoso edifício de traços neorrenascentistas modernos projetado pelos arquitetos Domiziano Rossi e Felisberto Ranzini, do conceituado escritório de arquitetura Ramos de Azevedo.

Palácio dos Correios, ícone da arquitetura paulistana.

A idealização do Palácio dos Correios deriva do contexto nacional do início do século XX, em que o governo federal passa a investir em infraestrutura de transporte e comunicação para promover a integração do país. Como desdobramento, o serviço postal e o serviço telegráfico recebem incentivos para sua modernização.

Em São Paulo, esses serviços funcionavam, de maneira precária, em um prédio no Pátio do Colégio. Após diversos projetos urbanísticos, foi escolhido o terreno antigo do Seminário das Educandas, entre a Av. São João e a Rua do Seminário, para a construção da nova sede das duas instituições. O terreno contava com fácil acesso tanto pelo centro quanto pelas estações ferroviárias, na proximidade de hotéis, do Clube Comercial e da Light.

A pedra inaugural foi lançada em outubro de 1920 e a obra concluída exatamente dois anos depois, um prazo considerado célere para os padrões da época. O prédio foi uma das últimas sedes estaduais dos Correios concebida como palácio de arquitetura eclética.

Ao longo das décadas de 1920 e 1980, o edifício foi a sede dos Correios em São Paulo. Nesse período, houve duas grandes reformas, em 1950 e no biênio 1979-1980. Já nos anos 1970, a edificação foi incluída na política municipal de preservação do patrimônio histórico da cidade. Foram protegidas as fachadas e o grande hall de entrada.

Sua transformação em Centro Cultural seguiu a tendência dos anos 1990, inserindo-se nas políticas estadual e municipal de requalificação do centro histórico paulistano. Após algumas reformas para abrigar salas de exposição, o Centro Cultural Correios São Paulo abriu, oficialmente, suas portas em 2013, compartilhando o edifício com a agência Central, a maior de País, e o centro de Distribuição Domiciliar Sé.