Medida faz parte da estratégia da atual gestão para reverter prejuízo de R$ 800 milhões herdado do governo anterior
Brasília, 3/7/2024 – Os Correios estão lançando uma nova linha de operações logísticas completas, voltadas para o segmento médico, hospitalar e farmacêutico: o Correios Log Saúde. O serviço suporta operações logísticas completas, com armazenagem, separação de itens, controle de estoque, separação e atendimento de pedidos e integração aos demais serviços de entrega e logística reversa dos Correios.
“O lançamento faz parte das medidas que nossa gestão vem adotando para rentabilizar a estrutura já instalada em todo o Brasil. Estamos aproveitando a experiência acumulada em contratos regionais de logística voltada para a área da saúde e a nossa capilaridade para oferecer para empresas e governos a melhor solução logística”, afirma o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.
O mercado de logística farmacêutica da América Latina é estimado em US$ 6,5 bilhões para 2024, de acordo com projeções do Mordor Intellingence. O Brasil deve responder por 80% desse total o equivalente a US$ 5,2 bilhões, o que demonstra o grande potencial do novo serviço.
Com o Correios Log Saúde, a estatal expande e aprimora iniciativas regionais de logística voltadas para o setor de medicamentos, que já existiam em Minas Gerais e no Piauí, por exemplo. Em MG, por meio de contrato com a Secretaria de Estado de Saúde, a estatal realiza a distribuição de 141 toneladas mensais de medicamentos, materiais e insumos da área de saúde para todos os municípios do Estado, incluindo medicamentos termolábeis, transportados em veículo refrigerado. Além disso, os Correios também fazem a operação logística de 40 toneladas mensais de medicamentos para a Secretaria Municipal de Saúde de Contagem, o que envolve conferência, armazenagem, separação de itens, preparação e atendimento de pedidos, expedição e entrega nas UBS e hospital municipal de Contagem.
No Piauí, os Correios realizam a gestão do armazém da Secretaria de Saúde do Estado, além de fazer toda a atividade intralogística, que inclui recebimento dos produtos, movimentação da carga, separação de itens, preparação e atendimento de pedidos e expedição.
Sustentabilidade – O lançamento faz parte da série de medidas para resgatar a sustentabilidade da empresa e alcançar o lucro projetado de R$ 150 milhões para 2024. A estatal passou por um processo de privatização no governo anterior, que foi encerrado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro de dia de mandato. Embora a empresa ainda enfrente graves consequências desse processo, no primeiro ano de gestão a atual diretoria reduziu em 22% o prejuízo herdado do governo anterior e melhorou o ebtida dos Correios em 36%.
A atual gestão conseguiu melhorar os indicadores econômico-financeiros sem cortar investimentos e ainda resgatando mais de 40 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho das empregadas e dos empregados, que haviam sido extintas pela diretoria anterior.
A redução do prejuízo herdado foi possível por meio de medidas eficientes de gestão que resultaram na melhoria de processos, proporcionando economia de R$ 1,3 bilhão no decorrer de 2023.
Para 2024, uma série de ações de saneadoras ainda irão reduzir a despesa em R$ 1 bilhão, como a otimização da malha de transportes e a redução de custos de facilities e administrativos, como corte de viagens, entre outras.
“Vamos sempre trabalhar pela qualidade de investimentos. O governo anterior cortou os investimentos em pessoas, estrutura, marca e inovação e estamos pagando o preço por isso. Estamos corrigindo os erros do passado, mas o tempo todo com responsabilidade fiscal e social”, afirma o presidente da empresa, destacando que o caixa da estatal segue saudável, sem necessidade de aporte do governo federal.
O dirigente lembrou que no primeiro semestre os Correios observaram uma diminuição no volume de entregas realizadas, um fenômeno recorrente que se repete anualmente, com exceção do período da pandemia, quando houve um aumento significativo nas entregas. No entanto, é esperado um aumento consistente no volume de entregas no segundo semestre do ano. “Oscilações em determinados períodos do ano são normais, por isso trabalhamos com o resultado do exercício. Em 2023 nosso resultado foi melhor que o de 2022 e, em 2024, vamos superar mais uma vez o ano anterior”, explicou.
Uma das ações em andamento é a realização de um Programa de Desligamento Voluntário em conjunto com o concurso público nacional, que está em fase de contratação da banca. A expectativa dos Correios é conseguir uma redução de mais de R$ 300 milhões por ano na folha de pagamento por meio do PDV, mas sem redução da quantidade de mão de obra e com renovação de efetivo.
Para o segundo semestre, a empresa ainda terá o fechamento de parcerias para o lançamento de novos negócios nos setores financeiro, de telefonia e de e-commerce, com destaque para o marketplace dos Correios – o contrato tem previsão de assinatura em julho, com o lançamento de uma landing page para captação de sellers 30 dias depois.
Segundo dados da Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), o faturamento do segmento de comércio eletrônico no Brasil em 2023 foi de R$ 185,7 bilhões.
“Com nosso marketplace, teremos condições de extrair melhor proveito do potencial desse ecossistema. Além de fazer a venda e a logística completa para os vendedores, queremos ter um banco digital, que está em estudos para desenvolvimento ainda neste ano, para que o consumidor possa financiar sua compra na nossa plataforma”, explica o presidente dos Correios.
Correios do Futuro – Diferentemente do governo anterior, a atual gestão da empresa retomou os investimentos para dar sustentação à transformação da estatal nos Correios do Futuro.
Em 2023 e primeiro semestre de 2024, a atual gestão investiu R$ 420 milhões em reformas e ampliações de unidades, aquisição de veículos, tecnologia e segurança, montante muito superior aos R$ 286 milhões de 2021 e 2022 do governo anterior.
A diretoria dos Correios ainda incluiu a empresa no Novo PAC, que está destinando R$ 856 milhões em ampliação e modernização da estrutura operacional até 2026, e teve autorização para captar no exterior R$ 3,8 bilhões (com carência de cinco anos) para investir em infraestrutura e tecnologia.