Os Correios realizaram na quinta-feira (23), o lançamento do selo alusivo aos 35 anos da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).

A solenidade de lançamento ocorreu no auditório dos Correios Sede, em Brasília (DF), com a presença do presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos; do diretor de Gestão de Pessoas, Getúlio Marques Ferreira; da diretora Econômico-Financeiro, Tecnologia e Segurança da Informação, Maria do Carmo Lara Perpétuo; do secretário-geral da Fentect, Emerson Marinho; da secretária da Mulher Trabalhadora da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Nacional, Amanda Gomes Corsino; de diretores da Fentect; de presidentas e presidentes dos sindicatos filiados à federação e também de empregadas e empregados dos Correios.

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, agradeceu o empenho e a dedicação de todas as pessoas que trabalham nos Correios e destacou que a empresa vive um momento histórico, com a negociação de um acordo coletivo em mesa, com as federações. “É natural que em alguns momentos a gente tenha alguma divergência, porque apresentamos nosso ponto de vista e sei que a classe trabalhadora, naturalmente, tem o seu ponto de vista, mas já conseguimos algo histórico nessa empresa, que foi fechar o acordo coletivo em mesa de negociação, com as federações”, afirmou.

Desde que a gestão atual assumiu a direção dos Correios, mais de 40 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho que haviam sido extintas pelo governo anterior foram resgatadas. A empresa também implementou, junto com as federações de trabalhadoras e trabalhadores, mudanças que eram reivindicações antigas, como a suspensão das implantações do SD (Sistema de Distritamento), com retorno somente após contratações previstas no concurso público, e o registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho para os carteiros que atuam em atividade de distribuição externa.

Presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, durante o lançamento do selo alusivo aos 35 anos de fundação da Fentect. Fotos: Elenildes Dantas/Correios.

O dirigente lembrou que a empresa sempre mostrou sua importância em momentos difíceis do País e que está fazendo isso novamente, durante a calamidade que vive o Rio Grande do Sul, e destacou o papel fundamental que sindicatos, federações, trabalhadoras e trabalhadores tiveram na luta contra a privatização da estatal. “Hoje a gente se afirma como uma empresa que é um patrimônio do povo brasileiro. Os Correios estão mostrando para toda a sociedade sua importância e provando como foi estratégica a decisão do Presidente Lula, no seu primeiro dia de governo, de retirar a estatal da lista de privatizações. Sabemos a batalha que as trabalhadoras e os trabalhadores da empresa enfrentaram para que a privatização fosse evitada e hoje mostramos para a sociedade a decisão acertada que sempre esteve na cabeça do Presidente Lula, que é ter os Correios cada vez mais fortes”, disse.

O presidente ressaltou, ainda que a estatal agiu rapidamente para contemplar mais de 300 famílias de empregados do RS com o pagamento do auxílio-calamidade. “Sem burocracia, sem precisar ficar juntando foto, porque no momento da tragédia precisamos agir rápido. Não adianta querer que as pessoas tirem foto do que nem existe mais. Agimos rápido também na questão da suspensão da cobrança das parcelas dos empréstimos do Postalis e da mensalidade da Postal Saúde e antecipamos o pagamento de 70% do salário das pessoas no RS. E eu estive lá e vi, pessoalmente, no olho de cada pessoa, a importância dessa antecipação do salário”, contou. “Em nome da direção dos Correios, reafirmo nosso compromisso pelo fortalecimento da estatal e conto com a contribuição de vocês”, concluiu.

O diretor de Gestão de Pessoas dos Correios, Getúlio Marques Ferreira, lembrou que um dos primeiros atos da atual diretoria da empresa foi reabrir as portas da estatal para os representantes das entidades sindicais. “Essa relação de parceria restabelecida permitiu que juntos fechássemos um acordo coletivo em mesa de negociação, sem intermediação da Justiça do Trabalho, resgatando mais de 40 cláusulas que haviam sido extintas pelo governo anterior e trazendo de volta benefícios importantes para as pessoas que trabalham nos Correios. Essas conquistas são das empregadas e dos empregados, mas não seriam possíveis sem a intermediação de seus representantes, por meio das federações, entre elas, a Fentect”, afirmou.

O secretário-geral da Fentect, Emerson Marinho, também destacou a resistência dos empregados dos Correios contra a privatização da empresa e relembrou que mesmo antes de existir a federação, trabalhadoras e trabalhadores já se reuniam clandestinamente, pondo em risco suas vidas e de seus familiares, para reivindicarem seus direitos.  “Essa homenagem feita formalmente pela direção da empresa demonstra toda a forca e importância da luta da classe trabalhadora organizada constituída na nossa federação. É uma imensa satisfação estar à frente da Fentect, não só conduzindo a reconquista dos nossos direitos, mas também ajudando a reconstrução dos Correios”, disse.

O secretário-geral da Fentect, Emerson Marinho, e o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.

“É muito importante saber que até aqui nós chegamos de mãos dadas, unidos e, claro, muitas vezes com formações de ideias diferentes, mas com um só objetivo, que é fortalecer a luta da classe trabalhadora e garantir que a nossa empresa continue sendo patrimônio da população brasileira, uma empresa pública que está em todos os municípios. Temos orgulho de dizer que estamos junto com o povo, fomentando políticas, garantindo cidadania e ajudando no desenvolvimento do nosso País”, concluiu.

Sobre a Fentect – Nascida em 22 de abril de 1989, a Fentect foi formada logo após a Constituição Federal aprovar a formação de sindicatos de servidores públicos e de empresas públicas.

A Federação é formada por 31 sindicatos que reúnem 60 mil trabalhadores filiados em todo o Brasil e, nos 35 anos de sua existência, lutou pela defesa dos Correios como empresa pública, organizando campanhas nacionais com seus sindicatos contra processos de privatização dos Correios que foram iniciados em governos anteriores.