Em sessão solene na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), nesta sexta-feira (24), os Correios lançaram o selo e o carimbo para celebrar os 120 anos do Tratado de Petrópolis. Firmado entre Brasil e Bolívia, em 17 de novembro de 1903, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, o tratado é considerado um marco da diplomacia brasileira e um momento histórico na definição das fronteiras do Acre e em sua integração ao território brasileiro. 

A diretora de Econômico-Financeiro, Tecnologia e Segurança da Informação dos Correios, Maria do Carmo Lara Perpétuo, conduziu a obliteração do selo e destacou que o Brasil tem a coesão territorial como elemento central da nossa identidade nacional.  “Enaltecer o Tratado de Petrópolis, tido como a certidão de nascimento do Acre, é honrar um capítulo fundamental da nossa história, da nossa cultura e dos nossos alicerces como nação.  Agradeço à Câmara dos Deputados por essa oportunidade e a todos os envolvidos nesta justa homenagem ao povo acreano e ao processo de formação do estado brasileiro”, exclamou a diretora dos Correios. 

Participaram da cerimônia de obliteração do selo a deputada federal pelo Acre, Meire Serafim, que requereu a sessão solene; o deputado federal Professor Paulo Fernando e, representando a Polícia Militar do Acre, o capitão Abraão e a sargento Villaverde. 

A diretora de Econômico-Financeiro, Tecnologia e Segurança da Informação dos Correios, Maria do Carmo Lara Perpétuo, entregou aos convidados um álbum com a peça filatélica lançada.
Foto: Marcus Garcia/Correios.

A emissão desse selo destaca também a importância da filatelia brasileira para a eternização da memória dos principais acontecimentos históricos do Brasil, além do compromisso dos Correios de levar integração e cidadania ao povo brasileiro, conectando todos os cantos deste país continental.  

História e selo – Desde 1750, o território do Acre era reconhecido pelo Brasil como parte do território boliviano. Porém, com o início do Ciclo da Borracha, por volta de 1879, os seringueiros brasileiros, na sua maioria migrantes nordestinos em busca do látex, subiram o rio Purus iniciando o povoamento da região. O governo boliviano, impossibilitado de povoar a região pelo difícil acesso, tentou algumas vezes expulsar os brasileiros. Os seringueiros brasileiros contavam com o apoio do Governo do Amazonas, que chegou a proclamar o território como República do Acre. 

Para evitar mais conflitos entre brasileiros e bolivianos pelo território, o Barão do Rio Branco, então ministro do exterior brasileiro no governo Rodrigues Alves, empreendeu tratativas diplomáticas com o governo boliviano. Como fruto do esforço diplomático, em 17 de novembro de 1903 os governos do Brasil e da Bolívia assinaram o Tratado de Petrópolis, no Rio de Janeiro, passando o território do Acre definitivamente para o Brasil. Em contrapartida, o governo brasileiro concordou em construir a famosa Estrada de Ferro Madeira-Mamoré para permitir trocas comerciais bolivianas pelo rio Amazonas, além do pagamento de dois milhões de libras esterlinas pela borracha extraída ilegalmente. A capital do Acre ganhou o nome de Rio Branco em homenagem ao embaixador. 

A arte do selo, criada pela designer Thayane de Carvalho Correa Torres Behr, remete ao brasão do Estado do Acre com duas bandeiras em verde e amarelo e a estrela vermelha, cruzadas sobre uma espada e ladeadas por duas ramagens verde. Acima está a inscrição em verde “Tratado de Petrópolis”; abaixo as datas 1903 e 1923 em preto. Na base da espada, uma faixa amarela com a inscrição 120 anos. 

A emissão filatélica está disponível na loja virtual dos Correios e nas principais agências do país.