10/1/2021
Caminhos da Reportagem – TV Brasil

Desde o início da pandemia do coronavírus, as compras pela internet aumentaram 80% no Brasil em comparação com o mesmo período de 2019. Com as dificuldades que os pequenos empresários têm enfrentado, vender produtos por meio do comércio eletrônico foi a alternativa que muitos encontraram para não fechar as portas definitivamente.

Em Novo Airão, no Amazonas, o presidente da Associação de Produtores Nov’Arte, Simeão Bezerra, conta o impacto da pandemia na venda dos produtos. Antes, a renda das famílias era obtida principalmente do comércio impulsionado por turistas que ficavam hospedados em hotéis parceiros. “Na pandemia nós não tivemos isso, né, fechou tudo”, afirma Simeão. Segundo ele, a solução encontrada foi a abertura de uma loja virtual. “Agora tem uma plataforma. A gente já mandou coisa para os Estados Unidos, pra Inglaterra, pra muitos países”.

Para se ter uma ideia, a adesão de lojas às vendas online cresceu muito além do esperado. Segundo a Associação Brasileira de Comércio eletrônico (ABComm), antes da Covid-19, a estimativa era a abertura de 60 mil novas lojas virtuais em seis meses, mas entre março e setembro foram registradas mais de 135 mil. De acordo com o diretor da ABComm, Fábio Fialho, o perfil de consumidores também foi ampliado. “Além das pessoas acima dos 55 anos, a gente teve um crescimento das pessoas que tinham uma certa desconfiança ou não viam uma necessidade de compra online”, diz.

Para evitar sair de casa, a professora aposentada Arilda Maria de Souza decidiu fazer compras online: “Eu comecei assim: muito devagar, compra de frutaria”. Com o tempo, a variedade de produtos foi aumentando e a experiência ficou interessante. “Quando eu sabia que ia chegar eu já avisava o porteiro. Dizia: Olha! Vai chegar um livro pra mim. Então, logo que chegava, ele me avisava. Ia no elevador para não descer. Eu pegava aqui. É muito bom você abrir e sentir o que você comprou. E que comprou e chegou, né?”, conta.

Um dos desafios que as vendas online trazem é o envio das encomendas: custo do frete e prazo estão entre as questões que levam consumidores a repensarem a viabilidade de determinada compra. Na hora de contratar uma empresa de transporte de encomendas, empresários também avaliam as opções: Correios ou transportadoras? A diferença está no destino: os Correios, por serem uma empresa pública e têm o dever de entregar correspondências e mercadorias em qualquer lugar do Brasil. “Não há distinção entre os grandes centros e os cantões do país. Inclusive nas regiões em que os operadores privados não têm interesse econômico em operar”, explica o presidente dos Correios, General Floriano Peixoto Vieira Neto.

Como os Correios estão em todos os municípios do país, a empresa é utilizada também na prestação de outros serviços, entre eles, o ‘Limpa Nome’, destinado a quem está inscrito na base de dados de inadimplência do Serasa.

Além desses assuntos, o programa Caminhos da Reportagem mostra que os Correios foram responsáveis pelo transporte de materiais entre laboratórios que realizam pesquisas relacionadas à Covid-19. Segundo Ana Paula Fernandes, coordenadora da Rede Vírus em Diagnóstico, da Universidade Federal de Minas Gerais, “não é qualquer serviço de transporte que pode fazer com segurança, sem risco para o profissional que está transportando, sem risco para a população ou para o meio ambiente”.

Ainda dentro da esfera do comércio eletrônico, o programa também traz uma novidade: os lockers, também chamados de “armários inteligentes”. Os primeiros já foram instalados no Paranoá (DF). A partir do momento em que a encomenda é deixada pelos Correios em um locker indicado pelo consumidor, há um prazo de 72 horas para retirá-la. “Além de ser uma tecnologia inovadora, tem o lado de inserção social. É 24 horas, funciona, vai estar num local seguro”, explica Carlos Henrique Ribeiro, diretor de Operações dos Correios.

Ficha técnica
Reportagem: Flavia Peixoto e Manuela Castro
Produção: Carolina Oliveira e Bianca Vasconcelos
Apoio à produção: Tiago Bittencourt
Imagens: André Rodrigo Pacheco, Bianca Vasconcelos e Sigmar Gonçalves
Apoio às imagens: João Marcos Barboza, Jorge Brum e Rogerio Verçoza
Auxílio técnico: Alexandre Souza
Apoio ao auxílio técnico: Thiago Souza e Raimundo Batista
Edição de texto: Suzana Guimarães
Edição de imagens e finalização: André Eustáquio e Rivaldo Martins
Arte: Dinho Rodrigues e Julia Costa
Agradecimento: Rede Minas


Confira a edição do programa Caminhos da Reportagem, da TV Brasil
https://tvbrasil.ebc.com.br/caminhos-da-reportagem/2021/01/expansao-do-comercio-online