Para marcar um importante triunfo da medicina moderna que possibilitou o controle e a redução de riscos, além de mais qualidade de vida aos diabéticos, os Correios lançam, nesta terça-feira (27), o Selo Comemorativo Centenário da Descoberta da Insulina. A peça filatélica, além da relevância histórica, é também uma homenagem a todos os pacientes que convivem com a doença e uma forma de conscientização, uma vez que o selo tem grande circulação e pode ser visto por inúmeras pessoas.
Até 1920 não havia qualquer medicamento para tratar a diabetes, uma doença grave causada pela baixa ou ausência de produção de insulina pelo organismo, o que leva ao aumento da glicose no sangue. Tal condição traz muitas consequências aos acometidos que, naquela época, viviam em estado de calamidade, muitas vezes abaixo do peso, com tratamentos baseados apenas no controle da alimentação. A longo prazo, a hiperglicemia (altas taxas de açúcar no sangue) danifica nervos e vasos sanguíneos e pode trazer complicações na visão, doenças e ataques cardíacos, falta de sensibilidade de braços e pernas, disfunções renais, dentárias e na pele.
Em 1921, os cientistas Frederick Banting e Charles Best, da Universidade de Toronto, isolaram pela primeira vez o hormônio. A descoberta ocorreu no laboratório do professor de fisiologia John J. R. MacLeod, que, em seguida, recebeu também o apoio do biólogo James Colip. É digna de menção o fato de que Banting, Best, J.J.R Macleod e Collip entenderam que a insulina era uma conquista da humanidade. Logo, a patente foi cedida à Universidade de Toronto pelo preço simbólico de C$ 1 dólar canadense, e esta passou a ceder a tecnologia padronizada e o direito de produção.
Desta forma, as pessoas no mundo que dela necessitavam passaram a ter acesso à insulina mudando radicalmente o tratamento do diabetes. O que era para jovens uma morte certa em 12 a 18 meses tornou-se uma vida saudável, longa e produtiva.
Apenas no Brasil, a International Diabetes Federation (IDF) estima que haja 16,8 milhões de pessoas com diabetes, das quais pelo menos 6,5 milhões requerem insulina para seu tratamento.
Selo – A estampa do selo traz a representação gráfica da íris dos olhos, que sugere um olhar atento aos hábitos cotidianos e alerta para o problema do diabetes, cujo símbolo é o círculo azul, onde se encontra a legenda Centenário da Descoberta da Insulina. Completam a cena um detalhe da estrutura molecular da insulina, uma ampola com a sua composição química e uma seringa, fazendo alusão à aplicação do medicamento. A arte é de Marise Silva, que utilizou a técnica de ilustração digital.
Esta emissão é a primeira dos Correios com a aplicação do código 2D, mais conhecido como QR Code ou Código QR. A inclusão do código 2D no selo postal brasileiro acompanha uma tendência em outras administrações postais, tais como Inglaterra, Alemanha, Áustria e Bélgica.
A tiragem é 200 mil exemplares com valor unitário de 1º Porte da Carta (R$ 2,10). Os selos estarão disponíveis para venda na loja virtual e nas principais agências dos Correios.