Desde o mês de julho, os Correios vêm tentando negociar os termos do Acordo Coletivo de Trabalho 2020/2021, em um esforço para fortalecer as finanças da empresa e preservar sua sustentabilidade.
Enquanto os sindicatos insistem em manter uma proposta imprudente, tendo em vista a crise atual, a empresa entende que não há margem para medidas incompatíveis com a situação econômica atual e vislumbra uma economia da ordem de R$ 800 milhões ao ano, apenas com o racionamento dos gastos com pessoal: o suficiente para recuperar, em três anos, o prejuízo de R$ 2,4 bilhões acumulados em gestões passadas.
É imprescindível que acordos dessa natureza reflitam o contexto em que são produzidos e, de forma alguma, contribuam para o acúmulo de prejuízos ou falência. As paralisações regulares e inconsequentes, além de afetarem a imagem da instituição e de seus empregados perante a sociedade, trazem prejuízos financeiros não só à própria estatal: grandes e pequenos empreendedores brasileiros contam com o bom funcionamento da empresa para manterem seus negócios vivos, sobretudo no contexto atual.
Em um cenário no qual o desemprego cresce aceleradamente e as incertezas impostas pela crise não apontam qualquer perspectiva, é um feito hercúleo manter uma empresa de porte nacional funcionando sem sacrificar, sobretudo, os empregos de seus trabalhadores. Os Correios têm promovido o saneamento de suas finanças com a transparência de sempre, com foco nas melhores práticas de administração e governança do Brasil e do mundo, consonante com determinações do Ministério da Economia.
Ao mesmo tempo, a empresa luta para atravessar uma crise mundial sem precedentes e busca oportunidades de alavancar seu negócio em um dos poucos segmentos com capacidade de crescimento: o e-commerce. Para isso, os Correios seguem trabalhando a despeito de paralisações: durante fins de semana e feriados, os empregados têm unido forças para garantir a entrega de milhões de objetos.
A transformação da cultura de consumo global aponta para uma urgente necessidade de adaptação e inovação, o que requer dinheiro em caixa. Para que a empresa permaneça firme no caminho da recuperação econômica, os erros das gestões passadas exigem, hoje, medidas racionais: apenas investimentos inteligentes viabilizarão o posicionamento dos Correios como a melhor opção do mercado, prontos para competir em pé de igualdade com outros gigantes logísticos e, assim, garantir sua sustentabilidade.
A empresa aguarda o julgamento do dissídio marcado para o próximo dia 21/9 e, com ele, o retorno dos trabalhadores, cientes da sua responsabilidade para com a sociedade e da sua importância para a prestação de serviços essenciais à população, em um momento tão delicado para o país e o mundo.