A ampliação do uso de smartphones pelos carteiros está modernizando o serviço de entregas dos Correios. Atualmente, cerca de 90% dos carteiros, em todo o Brasil, utilizam aparelhos equipados com um aplicativo que gera aos clientes informações em tempo real sobre o status da sua encomenda ou carta registrada.

A tecnologia começou a ser testada pela empresa em 2014, no interior de São Paulo. Hoje são mais de 33,7 mil smartphones em operação em todos os estados brasileiros. Por meio do celular, em cada entrega o carteiro fotografa a etiqueta com a assinatura de quem recebeu o objeto. Assim, o cliente sabe o horário exato em que a entrega foi efetuada e o nome da pessoa que recebeu o objeto.

O uso da tecnologia trouxe também mais agilidade para a rotina de trabalho dos carteiros e economia para os Correios. Com a nova ferramenta, foi eliminada a necessidade de impressão da lista de objetos a serem entregues, o que reduziu a utilização de papel, os gastos com impressão e a necessidade de espaço para arquivamento desses documentos.

“Houve ganhos para os carteiros, que têm a rotina simplificada, e para o cliente, que tem mais agilidade na informação”, afirma a supervisora Rosimeri Woitechen Câmara, do CDD Bacacheri, também na capital paranaense, que trabalhou na implantação da tecnologia no Paraná.

Em Curitiba, os clientes elogiam os investimentos em modernização. Foto: Arquivo/Correios

A recepção positiva dos clientes também foi percebida pela carteira Zaclis dos Santos Marques, do CDD Curitiba. “Os clientes elogiam e comentam que os Correios estão se modernizando”, disse. “Tive um pouco de dificuldade no começo, mas acredito que veio mais para somar do que atrapalhar”, contou.

Até o fim deste ano, a meta dos Correios é chegar a 95% dos carteiros utilizando smartphones. A falta ou a qualidade ruim de sinal de internet em algumas regiões do país é o principal fator que dificulta a ampliação do uso dos aparelhos.

Adaptação

“Tudo o que é novo tem uma certa resistência”, reconhece o carteiro Rogério Caetano Saturnino, do Centro de Distribuição Domiciliária (CDD) Rebouças, em Curitiba (PR). Segundo ele, aqueles que não tinham muita intimidade com smartphones tiveram alguma dificuldade em utilizar o aparelho, mas a adaptação foi rápida.

“Hoje todos os meus colegas preferem trabalhar assim”, contou. Um dos motivos é a praticidade. “A gente precisava segurar o guarda-chuva, o objeto e a lista de objetos, que podia molhar. Agora ficou mais prático. O cliente assina na etiqueta do objeto, tiro o smartphone do bolso e faço a foto”, explicou Saturnino. Uma pesquisa feita em 2018 com carteiros de Minas Gerais, São Paulo e do Rio de Janeiro apontou que 85% eram favoráveis ao uso do smartphone nas entregas e 90% julgavam o aplicativo de rastreamento amigável e fácil. Outro ponto revelado na pesquisa foi que 85% dos empregados afirmaram que a percepção do cliente quanto ao uso do aparelho na entrega era boa.