Brasília – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmou nesta quinta-feira (18) o compromisso do governo federal com a manutenção dos Correios como empresa pública e estratégica para o país. Durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o presidente foi categórico ao descartar qualquer possibilidade de privatização da estatal.
“Enquanto eu for presidente, não tem privatização. O que pode existir é a construção de parcerias com outras empresas, inclusive a possibilidade de sociedade de economia mista. Privatização não vai ter”, afirmou Lula, ao destacar o papel essencial dos Correios para a integração nacional, a prestação de serviços públicos e o desenvolvimento do Brasil.
Ao relembrar sua trajetória histórica em defesa da empresa, Lula ressaltou que acompanha o tema há mais de quatro décadas. “Em 1985, eu vim aqui nesse prédio conversar contra a privatização”, disse. Segundo o presidente, o atual cenário financeiro da estatal exige decisões responsáveis, estruturantes e orientadas para o futuro.

Equilíbrio financeiro como prioridade
O presidente reconheceu a gravidade da situação enfrentada pelos Correios e reforçou que o equilíbrio financeiro é condição indispensável para a sustentabilidade de qualquer empresa pública. “Uma empresa pública não precisa ser a rainha do lucro, mas não pode ser a rainha do prejuízo. Ela precisa se equilibrar”, afirmou.
Nesse contexto, Lula destacou a decisão de renovar a presidência da estatal e nomear Emmanoel Rondon, profissional com reconhecida experiência em gestão e reequilíbrio financeiro. A escolha, segundo o presidente, integra um conjunto mais amplo de medidas voltadas à recuperação da empresa.
“Colocamos na presidência dos Correios alguém com muita expertise, responsabilidade e com a missão de apresentar um diagnóstico claro e um plano concreto do que precisa ser feito”, declarou. O presidente acrescentou que eventuais mudanças na estrutura de gestão, inclusive em cargos de direção, seguirão critérios técnicos, de competência e responsabilidade institucional.
Reestruturação e uso racional da estrutura pública
Lula também ressaltou o papel da ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, a quem foi delegada a coordenação do processo de recuperação da estatal. “Ela tem a missão de nos entregar os Correios recuperados. Não há interesse em ver os Correios dando prejuízo”, afirmou.
Outro ponto destacado foi a necessidade de avaliar a atual configuração da rede de atendimento, com foco na racionalização de custos e no uso mais eficiente da estrutura pública existente. O presidente explicou que, em alguns municípios, a manutenção de uma agência própria dos Correios pode se mostrar excessivamente onerosa.
“Vamos avaliar se a quantidade de agências dos Correios existente hoje é a mais adequada. Há cidades em que manter uma agência não compensa. Precisamos verificar se é possível utilizar a estrutura de outra empresa pública já presente no local, evitando duplicar ou até triplicar estruturas do governo numa mesma cidade”, afirmou.
Segundo o presidente, todas as análises estão sendo conduzidas com seriedade, responsabilidade e compromisso com a população, preservando a presença dos Correios, a qualidade dos serviços prestados e a função social da empresa.
Correios recuperados e a serviço do país
Ao final da entrevista, Lula reiterou que o objetivo do governo é claro: entregar à sociedade uma empresa pública forte, equilibrada e plenamente capaz de cumprir seu papel estratégico. “O que nós estamos fazendo é para entregar os Correios recuperados, totalmente de pé e produzindo para o país”, concluiu.
A manifestação do presidente reforça o compromisso do governo federal com os Correios como patrimônio público essencial, ao mesmo tempo em que aponta o reequilíbrio financeiro, a modernização da gestão e o uso racional da estrutura pública como pilares para garantir um futuro sustentável para a empresa e seus empregados.