Poetisa chilena é referência em pedagogia na América Latina e na Europa
Brasília – Na noite desta segunda-feira (20), os Correios lançaram o selo institucional alusivo aos 80 anos do Prêmio Nobel de Literatura recebido por Gabriela Mistral. A cerimônia ocorreu na embaixada do Chile, com a presença do embaixador do país, Sebastián Depolo; da embaixadora da Suécia, Karin Wallensteen; do diretor de Negócios dos Correios, Hilton Rogério Maia Cardoso; do secretário de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Gladston Luiz da Silva; da professora emérita da UnB, Elga Ivone Perez-Laborde e do decano da Faculdade de História, Geografia e Letras da Universidade Metropolitana de Ciências da Educação, do Chile, Jaime Galgani Munoz.
Anfitrião da solenidade, o embaixador do Chile, Sebastián Depolo, lembrou que Mistral recebeu o Prêmio Nobel no fim da Segunda Guerra Mundial, em uma crise crítica na ordem global. “Hoje, 80 anos depois, seus ensinamentos e suas palavras nos servem em um momento igualmente difícil. Ela aprendeu sobre esperança com os grandes poetas americanos e europeus, com os antigos espanhóis e com os povos indígenas.
Ela aprendeu que a América Latina é e continuará sendo o continente da esperança, e esse é o projeto. Hoje me sinto particularmente orgulhoso e honrado por poder liderar esta cerimônia junto aos meus amigos e irmãos latino-americanos. Gabriela Mistral é uma ibero-americana que estará conosco para sempre, e é nosso trabalho manter seu legado vivo e bem”, destacou o diplomata.
Já o diretor de Negócios dos Correios ressaltou que, em sua trajetória, Mistral uniu arte e educação; sua vida é um testemunho do poder transformador delas como caminho de liberdade. “Ao lançar este selo, os Correios reafirmam seu papel como guardiões da memória e da cultura, eternizando, em cada emissão, histórias que merecem ser preservadas”, destaca Cardoso.
O selo postal estará disponível em breve nas principais agências e no site dos Correios.

Do Chile para o mundo – Mistral foi a primeira mulher latino-americana a receber a premiação. Poetisa, educadora e diplomata chilena, nascida Lucila Godoy Alcayaga, no Norte do Chile, em 7 de abril de 1889, era filha de um professor, descendente de espanhóis e indígenas. Desde cedo, demonstrou um interesse tanto pela escrita como pela docência.
Trabalhou como professora de escola secundária e como diretora. Ainda em 1922 foi convidada para o Ministério da Educação do México.
Logo, tornaria-se uma referência na pedagogia – elaborou as bases do sistema educacional do México, fundou escolas e organizou várias bibliotecas públicas.
A notoriedade a levou a desempenhar diversos cargos diplomáticos na Europa, Estados Unidos e América Latina. Em 1926 foi nomeada secretária do Instituto de Coperación Intelectual de la Sociedade de Naciones. Anos depois, foi nomeada Consulesa do Chile e representou seu país em Nápoles, Madri, Lisboa e no Rio de Janeiro. Nos anos 30 e 40 ela era considerada um ícone da literatura latino-americana.
Em 1945, Mistral recebeu o Prêmio Nobel de Literatura – na época, morava em Petrópolis, no Rio de Janeiro. A premiação a transformou em figura de destaque na literatura internacional e a levou a viajar pelo mundo, representando seu país em comissões culturais das Nações Unidas.