Gestor destacou os avanços obtidos enquanto esteve à frente do maior operador logístico da América Latina

Brasília, 18/9/2025 – O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, anunciou, nessa quinta-feira (18), que está encerrando seu ciclo como titular da estatal. O comunicado foi feito no auditório do Edifício Sede, em Brasília/DF, com transmissão simultânea para todas as superintendências da empresa nos estados.

Advogado com experiência na área de previdência complementar e em gestão pública, Fabiano assumiu a presidência dos Correios em fevereiro de 2023, em meio a um cenário desafiador: prejuízo de mais de R$ 800 milhões e retirada de direitos fundamentais dos trabalhadores, ambos herdados da gestão anterior. Segundo Fabiano, a empresa estava sendo esvaziada com vistas à privatização.

Indicado pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o gestor resgatou os valores da empresa: caráter público, respeito às pessoas, responsabilidade fiscal, aumento de participação no mercado, consolidação da posição de destaque como operador postal na América Latina e no mundo, universalização do serviço postal e compromisso com o desenvolvimento social, facilitando o acesso de todas as brasileiras e brasileiros a serviços essenciais.

Dentre outras ações, os Correios aumentaram a oferta de serviços a comunidades periféricas, aldeias indígenas e comunidades quilombolas, ampliando a universalização dos serviços postais. A empresa entregou, também, milhares de livros didáticos a alunas e alunos de escolas da rede pública, prestou homenagem em forma de selos postais a brasileiras e brasileiros que lutaram pelo país, como Marielle Franco, e, pela primeira vez, atendeu 100% dos pedidos que correspondiam aos critérios da campanha Papai Noel dos Correios.  

Presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, no auditório do ed. Sede dos Correios em Brasília.
Fotos: Lena Rivas e Thiara Souza/Correios.

Apesar dos progressos, a empresa apresenta ainda muitos desafios. Os Correios têm hoje a tarefa de recuperar sua sustentabilidade financeira.

Superando as adversidades – Além do prejuízo financeiro herdado, os Correios, assim como outros operadores logísticos, tiveram que se adaptar à nova regulação do segmento internacional de encomendas. O presidente reforçou que diante das mudanças na dinâmica do mercado, foi preciso traçar novas rotas de atuação.

“Nossa receita estava concentrada em mensagens e encomendas. Para sair do tradicional, preparamos uma série de projetos que estão em fase final de aprovação, além de parcerias, para que tenhamos mais eficiência, com o objetivo de garantir um dinamismo maior na empresa”, explicou o presidente.

Os projetos em andamento incluem a atuação dos Correios como banco digital e a consolidação da estatal como órgão de execução de políticas públicas do Governo. Um exemplo disso é o trabalho dos Correios na entrega de medicamentos, serviço que já está em vigor em diversos estados do país.

Avanços – As dificuldades não impediram que a gestão fosse marcada por avanços históricos. Sob o pilar do diálogo e com foco na inovação, o presidente destacou a execução de projetos que estavam estagnados, como a criação do marketplace “Mais Correios”, em parceria com a Infracommerce, lançado em julho deste ano com o objetivo de democratizar o comércio eletrônico. Foi também sob sua gestão que os Correios se estabeleceram como instituição de fomento a micro e pequenos negócios, com a criação de soluções de logística e disponibilização de consultoria comercial.

Fabiano lembrou ainda da inciativa de modernização das unidades operacionais, com mais de R$ 800 milhões em recursos próprios da estatal investidos em inovação. Como resultado, São José dos Pinhais, no Paraná, recebeu a máquina de triagem mais moderna do país e uma das mais modernas da América Latina. Uma máquina similar será instalada em Guarulhos/SP.  Unidades operacionais de Brasília e da região Nordeste também passaram por modernizações.

Além de investimentos com recursos próprios, a empresa buscou financiamento internacional junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). O projeto está em sua fase final de negociação. “Esse programa será fundamental, pois resultará na eletrificação da frota, instalação de mais unidades fotovoltaicas, e investimento em soluções de fulfillment”, disse o presidente.

O gestor destacou também um momento crucial para a empresa, que já tem o histórico de prestar auxílio em situações de calamidade pública. Após a decisão da gestão, os Correios realizaram a maior operação logística já vista no Brasil, arrecadando e entregando mais de 30 mil toneladas em doações para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024. A operação mobilizou e emocionou toda a empresa. “Apenas os Correios seriam capazes de fazer isso. Uma operação histórica, que mostra a importância dos Correios para o país”, disse Fabiano.

Outro destaque no período foi a parceria celebrada com o INSS para facilitar a consulta, contestação e ressarcimento de débitos indevidos nas contas de beneficiários. Com uma grande parcela da população ainda sem acesso à internet, principalmente entre idosos, o serviço possibilitou que aposentadas e aposentados pudessem ser atendidos.  

Respeito às pessoas – Durante dois anos e meio, avanços importantes também foram alcançados com foco no reestabelecimento de melhores condições de trabalho às empregadas e empregados da empresa. A exemplo da retomada do Auxílio Especial destinado a empregados com filhas e filhos com necessidades especiais e a concessão da licença maternidade por 6 meses.

Tal empenho continuou com a negociação do Acordo Coletivo 2024-2025, quando foram retomados 50 direitos trabalhistas. “Tenho muito orgulho de sair daqui sabendo que serei reconhecido como aquele que trouxe de volta os direitos dos trabalhadores dos Correios. Para ter uma empresa forte, é preciso valorizar nossos funcionários. Não construímos lucro nas costas do trabalhador”, afirmou o presidente Fabiano Santos.

Os Correios também se destacaram na prevenção de assédios e na promoção da diversidade, em ações que foram além do papel. “Mais que palavras, criamos ações concretas, como metas para ter mais mulheres e pessoas negras em cargos de liderança. E esse compromisso se reflete em nossos números: alcançamos os melhores indicadores de governança e integridade, provando que é possível crescer com transparência, ética e equidade”, disse o presidente.

Futuro – O presidente reconheceu que os Correios vivem tempos desafiadores, com a necessidade de gerar novas fontes de receitas, equilibrar os prejuízos herdados pela gestão anterior e adequar-se às mudanças trazidas pelo mercado. A expectativa, porém, é que as iniciativas de recuperação de receitas, que incluem a diversificação dos negócios, redução de despesas e o crescimento da presença digital da empresa com o Mais Correios, comecem a mostrar resultados em breve.

“Estruturamos a empresa com mais de R$ 1,8 bilhão em investimentos diretos em nossa infraestrutura e abrimos caminho para um financiamento estratégico de cerca de R$ 4,5 bilhões do NDB para nossa modernização tecnológica e ecológica”, enumera o presidente.

Com 362 anos de existência, o presidente ressaltou a solidez dos Correios que, além do equilíbrio financeiro, possui um capital intangível que vai além do lucro. “Fomos escolhidos como Operadores Logísticos da COP 30. Ganhamos o título de melhor Operador Logístico da América Latina e fomos eleitos pela Revista Época como a empresa que mais se valorizou em 2024. Mesmo com todas as dificuldades, os Correios se reinventam, com valorização de pessoas e modernização do parque logístico”, disse o presidente.

“Tenho certeza que honrei a confiança que me foi depositada pelo presidente Lula. Saio daqui de cabeça erguida. Deixo meu profundo respeito, carinho, admiração e agradecimento a todas e todos. Por cada sorriso no corredor, por cada aperto de mão na rua. Saio dos Correios, mas os Correios jamais vão sair de mim”, completou Fabiano Silva dos Santos.