Brasília – Os Correios permanecem comprometidos com a retomada do equilíbrio econômico-financeiro da empresa. Projetos estruturantes, como o Programa de Modernização e Transformação Ecológica, apoiado pelo NDB (o banco dos Brics), e os investimentos planejados de R$ 1,6 bilhão até 2026, somados ao plano de redução de despesas, evidenciam a estratégia da estatal para se consolidar como referência de sustentabilidade em logística.  

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, em maio, o decreto 12.464 que regulamenta a Lei Postal (Lei nº 6.538/1978) e atualiza as diretrizes para a prestação de serviços postais e de telegrama em todo o território nacional e no exterior. A iniciativa representa um avanço histórico no setor, ao modernizar uma legislação vigente há mais de quatro décadas e garantir segurança jurídica e qualidade nos serviços oferecidos pelos Correios.  

Entre os principais pontos do decreto estão as novas regras para o transporte de produtos específicos, como animais vivos, plantas e itens antes proibidos no fluxo postal. Só com a entrada no segmento de plantas vivas, a expectativa inédita de arrecadação é superior a R$ 112 milhões anuais e tem potencial de crescimento exponencial. O novo texto reconhece também o papel essencial dos Correios em emergências — como o apoio prestado durante as enchentes no Rio Grande do Sul — e garante respaldo legal para que a estatal atue com agilidade e eficácia em momentos críticos. 

Ainda no campo das receitas, os Correios celebram o início da nova fase do marketplace Mais Correios a partir do dia 3 de junho, agora acessível, em fase de teste, para compras realizadas por empregadas e empregados da estatal. Além disso, avançam as negociações para novos contratos e a expansão de frentes de negócios, fortalecendo a sustentabilidade econômico-financeira da empresa. 

Do lado das despesas, a empresa está comprometida com a meta de corte de R$ 1,5 bilhão em 2025. Entre as medidas adotadas, destaca-se a otimização da malha aérea, com a redução de cinco linhas e quatro trechos, gerando uma economia de R$ 1 milhão por dia, sem prejuízo à qualidade e à eficiência das operações. 

A atual gestão enfrenta desafios herdados de anos de desmonte e sucateamento. Entre 2019 e 2021, a média anual de investimentos foi de apenas R$ 345 milhões. Desde 2023, esse valor mais que dobrou, atingindo R$ 750 milhões anuais, totalizando mais de R$ 2 bilhões aplicados em tecnologia, frota sustentável e infraestrutura. Em 2024, a empresa adotou uma série de medidas para reverter o cenário deixado pelo governo passado, mantendo o compromisso com a modernização e realizando investimentos da ordem de R$ 830 milhões. Esses recursos foram destinados principalmente à renovação da frota, à ampliação da infraestrutura operacional e a avanços em tecnologia da informação. 

Em números, os Correios demonstram sua grandiosidade: são sete milhões de mensagens e dois milhões de encomendas entregues por dia, uma frota de 26 mil veículos percorrendo 1,2 milhão de quilômetros diários – o equivalente a 32 voltas ao redor da Terra – e uma força de trabalho composta por mais de 80 mil empregadas e empregados.

Mais do que prestar serviços, os Correios reafirmam seu papel estratégico como estatal que conecta o país – inclusive onde a iniciativa privada não alcança. Em um território marcado por desigualdades regionais, a capilaridade da empresa garante o acesso a serviços essenciais, movimenta economias locais e promove a cidadania.