Equidade para além da teoria. Essa foi a tônica do painel “Planejamento e estratégias para ascensão profissional das mulheres”, promovido nesta quarta-feira (20), no auditório do Correios Sede, em Brasília. O evento – que integra a programação do Mês da Mulheres -, foi marcado pela assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica com o Ministério das Mulheres, iniciativa que visa o enfrentamento à misoginia no âmbito da estatal.
“Nós vamos fazer todas as políticas necessárias, mas o combate à violência depende de cada um de nós. É cada um, individualmente, ligar para denunciar no 180 ou no 190, tomar qualquer atitude para dar um basta ao ódio e à violência contra as mulheres. E essa é uma responsabilidade também dos homens, não cabe apenas às mulheres: falem e convençam outros homens que esse país respeita as mulheres, porque não podemos mais ser mortas e silenciadas”, pontuou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
Na sequência, a ministra do Tribunal Superior Eleitoral e autora do livro “Direitos Fundamentais e a Inteligência Artificial”, Edilene Lobo, proferiu palestra na qual destacou que o cabe aos homens e mulheres “de boa vontade, de braços dados, enfrentar a construção que impede a prosperidade – que significa dinheiro, riqueza e felicidade – um direto fundamental”.
A ministra ressaltou que a prosperidade nacional passa pela força feminina, que precisa ser reconhecida e valorizada. “Esse país é a nona riqueza do planeta, construído com a força das mulheres, principalmente mulheres negras, que são a grande maioria da sociedade brasileira. Não é possível que essa força econômica tracionada pelas mulheres vai negar a essa grande maioria o básico de uma democracia ainda liberal, que é o direito das maiorias de deliberar sobre seus destinos”, avaliou Edilene Lobo.
Representando o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, a diretora Econômico-Financeira e de Tecnologia e Segurança da Informação (DIEFI), Maria do Carmo Lara Perpétuo, reforçou que a gestão atual da empresa acredita que o lugar da mulher trabalhadora é nos espaços do poder, definindo estratégias. “Os avanços só acontecem por meio do diálogo e da construção coletiva, por isso é importante recebermos aqui mulheres que, com seus legados e vivências ímpares, são capazes de quebrar barreiras e preconceitos em um país ainda muito arragaiado no machismo e sexismo”, afirmou.
Além da DIEFI, também estiveram presentes no painel a secretária executiva do Ministério das Comunicações e presidente do Conselho de Administração dos Correios, Sônia Faustino Mendes; a diretora de Governança e Estratégia (DIGOE) Juliana Picoli Agatte; a coordenadora do Grupo de Trabalho de Diversidade dos Correios, Vilma Reis – e, em uma ação histórica, as representante das trabalhadoras: Amanda Gomes Corsino, presidenta do Sintect/DF e secretária das Mulheres Trabalhadoras da CUT, e a diretora suplente de Políticas para as Mulheres da Findect, secretária geral do Sintect/RJ e diretora da Diretoria Plena da CTB/RJ, Rosemeri de Farias Leodoro.
Equidade em ações
Desde o início da atual gestão, o tema “Equidade” tem sido tratado como prioritário nas ações da estatal. Confira as principais iniciativas realizadas, até o momento, pela empresa – em total alinhamento com o governo federal:
Retomada, antes mesmo da negociação do Acordo Coletivo de Trabalho, da licença-maternidade de seis meses, do auxílio para dependentes com deficiência e do reembolso creche/babá (extintos pela gestão anterior);
Programa de Bolsa de Estudos com paridade de gênero;
Inclusão da meta: 40% de mulheres no poder até o fim de 2024, no Plano Estratégico da empresa;
Criação, em todo Brasil, de grupos de trabalho para tratar da igualdade de gênero;
Adesão ao “Guia Lilás” da Controladoria Geral da União (CGU), que estabelece orientações para prevenção e tratamento do assédio moral e sexual, bem como da discriminação no Governo Federal;
Assinatura de acordo inédito com Ministério Público do Trabalho, formalizando compromisso da estatal em adotar medidas para combater assédio;
Adesão à Campanha do Ministério das Mulheres “Brasil sem Misiginia”, onde também atuaremos no combate à violência contra a mulher, por meio da colocação de adesivos nos carros e embalagens da empresa em todo Brasil;
Disponibilização de um novo canal de denúncia de violência contra a mulher no app Correios, com conexão direta, via WhatsApp ou ligação, para o Ligue 180;
Designação de número recorde de mulheres para espaços de decisão da empresa;
Prioridade na transferência de mulheres em situação de ameaça de violência doméstica e de mães que retornarem da licença maternidade e solicitarem transferência para uma unidade mais próxima de sua residência, para fins de amamentação.