Nesta terça-feira (13), comemora-se o Dia Nacional do Forró. A data marca o nascimento do cantor e compositor Luiz Lua Gonzaga, responsável por disseminar esse gênero musical que, desde 2021, tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. Para homenagear o estilo, os Correios lançam hoje a “Emissão Postal Especial Série América – Arte – Forró”, bloco que também encerra o programa de selos de 2022. O lançamento faz parte da programação de comemoração dos 110 anos do Rei do Baião, que conta ainda com palestras, exposição e apresentações musicais que serão realizadas pelo Museu do Forró e pela Prefeitura de Caruaru.
Classificado como supergênero musical, o forró reúne o xote, o xaxado, o baião e o arrasta-pé/pé-de-serra, e tem como base instrumental a sanfona (oito baixos), o triângulo e o zabumba. Duas linhas de pesquisa se apresentam em relação à origem do termo: a primeira, advinda da palavra “forrobodó”, que de acordo com o Dicionário Aurélio significa “arrasta-pé; farra; troça; confusão; desordem – é muito defendida pelos acadêmicos. A segunda, sem comprovação histórica, faz aposição às palavras inglesas “for all” (que em português quer dizer: “para todos”), mais popular entre forrozeiros e músicos.
A popularização do gênero ocorreu na década de 50, com os sucessos “Forró de Mané Vito” e “Forró no Escuro”, introduzidos no cenário musical pelo o cantor e compositor Luiz Gonzaga. As letras falavam do modo de vida do homem sertanejo, retratando os hábitos, os costumes, as alegrias e tristezas, as dificuldades, os amores e desamores, as lembranças e saudades da terra nordestina. Essa é considerada a Primeira Fase, e nomes como Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos e Sivuca seguiram os passos do Rei do Baião.
Artistas como Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Zé Ramalho, Gilberto Gil, e Nando Cordel, misturando os ritmos do Pop Rock com o Forró tradicional, em meados de 1975, promoveram a transição para Segunda Fase, a do Forró Universitário, que inseriu novos instrumentos como a guitarra elétrica e o contra baixo.
Na Terceira Fase, o Forró Eletrônico dos anos 1990 apresentou um ritmo mais estilizado, mesclando o Forró ao estilo Sertanejo Romântico. A sanfona, o triângulo e a zabumba cederam espaço para o órgão eletrônico, para a bateria e demais outros instrumentos, que formam uma banda composta por integrantes diversos, entre músicos, intérpretes e bailarinas.
Independente das fases, o Forró vive seu auge durante os festejos juninos em cidades como Campina Grande (PB) e Caruaru (PE), esta última conhecida como a Capital do Forró. Ambas as cidade promovem mega festas, que duram em média 30 dias de forró intenso, espalhados em diversos polos.
Sobre o selo – Canções são pequenas histórias contadas em 3 ou 4 minutos. Através da ideia de “Forrobodó”, que significa tanto dança quanto confusão, foi criada a arte do Bloco, mostrando histórias que podem ser contadas e cantadas. O tema nordeste é intrínseco ao forró e no bloco aparece com vários elementos, como a serra que abriga o forró sob seus pés, o céu estrelado – remetendo às constelações da Bandeira Nacional, ao Rio São Francisco, cactos, entre outros. E ainda avança sobre o sudeste, tendo Itaúnas/ES como um novo polo do forró. No selo, o trio “clássico” – o zabumba, o triângulo e a sanfona – mantém o forrobodó, tanto a música quanto a confusão, aceso.
Com tiragem de 14 mil blocos e valor de R$ 6,50 cada, a emissão já está disponível na loja virtual e, em breve, nas principais agências do País.